quarta-feira, 15 de abril de 2009

NA LEVADA DE RIBAFEITA

Apesar da chuva dos dias anteriores, o Sábado, dia 7 de Março amanheceu gloriosamente límpido e resplandecente como um verdadeiro dia de Primavera antecipada, que nos desafiava para a caminhada agendada.
Mais ou menos à hora marcada, o grupo foi-se juntando no local combinado, ainda com os participantes cheios de sono, e cerca de quinze minutos depois partimos de carro, em direcção a Ribafeita. Um pouco antes, na estrada nacional 16, a paragem que já se tornou obrigatória, para um café no “A Separadora”.
Retemperadas as forças e de novo a caminho, rumámos descontraidamente até à mini-hídrica de Ribafeita. Uma vez chegados, ainda demos antes um pulo mais adiante na estrada, para acedermos a uma lagoa que o Vouga forma ali em baixo, naquele vale estreito. O acesso fez-se a pé, por um caminho íngreme mas chegados lá em baixo o espectáculo foi recompensador do esforço.
Após a exploração sempre curiosa do local, fotografias, algumas quedas sem consequências graves e muita boa disposição à mistura, voltámos aos carros e dirigimo-nos à mini-hídrica onde o responsável nos aguardava, para uma visita guiada previamente combinada, em que tentou generosamente satisfazer a curiosidade de todos, expressa em catadupas de perguntas interessadas.

A disposição do grupo de cerca de vinte pessoas, incluindo duas crianças, estava agora num ponto de entusiasmo ebuliente e toda a gente estava ansiosa por iniciar a caminhada propriamente dita, pelo que subimos ao local onde a levada desagua torrencialmente num tanque enorme, antes de se precipitar pelas condutas quase verticais, para as pás das turbinas da central eléctrica e começámos a evoluir, disciplinadamente alinhados quase em fila indiana, na margem inferir da levada.
Envoltos pelo rumorejar constante da água, pelo piar de alguns pássaros e o silêncio purificador do campo, fomos progredindo lentamente, admirando, comentando e fotografando, enquanto o Nelson tomou a seu cargo a recolha em video, de todo o evento. Lá em baixo, no fundo do vale quase a pique, o Vouga rugia fogoso e selvagem, num fragor caudaloso, por entre a penedia que lhe sulca o leito milenar, enquanto que, à cota em que caminhávamos o arvoredo por vezes denso, o musgo e os recantos sombrios e húmidos, com algumas pequenas cascatas, criavam um cenário delicioso e inspirador.



Quase no final da primeira parte do percurso desviámos para uma casa abandonada e decrépita que, pela sua arquitectura em ruína e principalmente pela sua localização de sonho, nos convidava silenciosamente à exploração cautelosa e à recolha inspirada de imagens.
Mais à frente chegávamos à represa onde a levada nasce e fizemos uma curta pausa para descansar as pernas, admirar o local e fotografar.



A força da água que transbordava o muro da represa e se precipitava estrepitosamente sobre o leito pedregoso do rio era verdadeiramente impressionante.



Pouco depois dávamos início ao regresso, pelo mesmo percurso, onde as cores da vegetação envolvente iam variando entre os cinzentos e castanhos reminiscentes do Inverno e o sussurro em crescendo das cores primaveris que, aqui e ali, já despontam em verdes luminosos e na deslumbrante paleta policromática do prodígio que são as pequenas e simples flores silvestres.
Nos rostos mais ou menos afogueados era visível o cansaço, mas principalmente uma luminosa e vibrante alegria e a vontade de nos sentarmos todos à mesa de “O Cruzeiro” para o almoço, em alegre confraternização.


O passeio tinha sido fácil de cumprir, não exigindo muito dos físicos menos treinados e decididamente o local é de uma beleza indiscutível.



terça-feira, 7 de abril de 2009

No trilho do Vale do Vouga

Mais uma caminhada e desta vez foi longa. No dia 4 de Abril lá fomos nós (22 pessoas) "fazer" o trilho do Vale do Vouga. Aguarda-se a descrição deste "passeio".